enterradelas numa esperinha

Hoje, aconteceu-me uma situação espetacular: uma esperinha. Sim, saí do trabalho e tinha uma senhora à minha espera para tirar satisfações.

"F- Olha n'Dreiota, que história é essa de dizeres que eu disse X?

 Eu- Ah? Alguma vez falamos sobre o assunto X?

 F- Não.

 Eu- Então, não estou a perceber... (ou: tás-a-gozar-com-a-minha-cara-e-pensas-que-não-tenho-nada-mais-interessante-para-fazer-do-que-estar-aqui-é-isso?)

 F- Ah, é que J disse-me que tu disseste X. 

(e, sorte das sortes passa J na rua)

Eu- Oh J, chegue aqui por favor! Aqui a Dona F está a dizer que você lhe disse que eu disse X.

J- Ah não, deves ter feito confusão F! Não foi a n'Dreiota, eu não disse isso. (ups, já fosteeeeee)

F- Então não disseste? Disseste sim!!!

J- Não disse nada, fizeste confusão. 

F- Ah peço desculpa então n'Dreiota! (ou: estou-tão-envergonhada-que-nem-sei-onde-me-enfiar)

Eu- Tá desculpada, mas para a próxima é melhor confirmar antes de fazer insinuações destas.

F- claro claro, peço desculpa mas realmente a J disse-me que foste tu.

Eu- Pois, mas afinal já não sou. Engraçado. Olhe Dona J, já agora a sua sobrinha disse-me que você lhe disse que eu a insultei de *******... quem lhe disse isso?

J- Ui, não! Eu não disse nada disso... tenho que falar com ela, ai. Eu não disse nada,a sério. (ou: estou-a-enterrar-me-cada-vez-mais-mas-vou-continuar-a-fingir-que-sou-a-maior-sincera-deste-mundo)"

E é isto. Nunca me aconteceu ter uma esperinha no final do trabalho. Mas também nunca me tinha acontecido ver pessoas a enterrarem-se duas vezes com conversas da treta. E isto não foi nada engraçado de se ver, foi triste, e deu pena. 

Na minha terra também há gente má, gente que só sabe falar mais dos outros e arrastar seja quem for para esta triste forma de vida.