Na semana passada tive menos um menino na selva uma vez que o pai, emigrante, veio passar a semana à Vila, motivo mais que suficiente para aproveitarem a companhia um do outro durante o máximo tempo possível.
Hoje cheguei à creche e vi-o lá, no seu puf, sentadinho, com ar triste. Aproximei-me e cumprimentei-o com um: -"Oláaaa A, tive tantas saudades tuas! Dá-me um abraço". Ele deu... bem apertadinho... começando num choro desesperado: -"O meu pai... o meu pai já foi... foi no avião... foi... foi outra vez."... engoli em seco, uma, duas vezes. Consegui sentir tão bem aquele sufoco. Apertei-o com muita força e as lágrimas caíram de uma forma incontrolável. Estivemos assim até ele parar de chorar. Nunca me vou esquecer daquele abraço, nem daquele menino que é tão pequenino mas que já vive com angústias de gente grande.
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